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terça-feira, novembro 21, 2006

«Jovens rebeldes»


A Peugeot acaba de lançar no mercado nacional o 207 GT, animado pelo novo motor a gasolina 1.6 THP com 150 cv


A Peugeot sempre se caracterizou por apostar nos pequenos desportivos, destinados sobretudo aos jovens «rebeldes» que, por um preço mais baixo, querem ter a «bomba» lá da zona... O novo 207 não foge à regra, contando agora com um novo motor a gasolina 1.6 THP, que do alto dos seus 150 cv, oferece performances a condizer.

Este motor foi fruto da colaboração entre a PSA Peugeot/Citroën e o Grupo BMW (pode ser encontrado igualmente no novo Mini Cooper), que inaugura uma nova família de motorizações a gasolina turbo com injecção directa de alta pressão, sob a designação de THP (Turbo High Pressure).

Trata-se de um 4 cilindros de 1.598 cm3 com uma potência máxima de 150 cv (110 kW) às 5.800 rpm. Está equipado com dezasseis válvulas e duas árvores de cames à cabeça.

A escolha técnica de um quatro cilindros 1.6 impôs-se pelo facto de os pequenos motores turbo comprimidos, dotados de uma potência específica elevada, oferecerem uma vantagem significativa em termos de consumo por comparação com os motores atmosféricos convencionais de cilindrada mais elevada.

Neste motor, o cuidado dispensado ao desenvolvimento do binário e ao tempo de resposta permite atingir 156 Nm a partir de 1.000 rpm. O binário máximo de 240 Nm é atingido apenas a 1.400 rpm, valor que permanece inalterado até às 3.500 rpm. Além disso, fica disponível uma vasta gama de utilização, já que a 5.000 rpm o binário é ainda de 208 Nm.

Várias inovações tecnológicas permitiram ultrapassar este desafio técnico, nomeadamente a injecção directa e o turbo compressor Twin-Scroll. Este sistema, tal como o seu nome indica, conta com condutas de gases dos cilindros agrupadas aos pares («twin»). Deste modo, as condutas agrupam os gases dos cilindros 1 e 4, bem como dos cilindros 2 e 3. Estas duas colunas de gases pulsantes desembocam em seguida em conchas em espiral («scroll»), acabando estes fluxos por se combinar de forma optimizada directamente ao nível da turbina, assegurando-lhe um impulso máximo.

Esta configuração, que separa os gases de escape até à entrada da turbina, permite explorar ao máximo a respectiva dinâmica. Daqui resulta uma notável capacidade de reacção por parte do motor, uma vez que a sua entrada em pressão se inicia a partir de 1.000 rpm. O tempo de resposta, muitas vezes criticado nos motores turbo comprimidos a gasolina, é, desta forma, minimizado.

Segundo indicações da marca, o 207 GT é capaz de cumprir os mil metros de arranque em 29,4 segundos, enquanto que a recuperação de 80 a 120 km/h em 5ª velocidade é realizada em apenas 8,2 segundos (a título de comparação, o 206 S16, apesar de uma vantagem em termos de peso e de ter o motor 2.0 a gasolina de 138cv, realizava um tempo de 10,1 segundos). A velocidade máxima é de 210 km/h.

Tendo em conta as performances, o consumo de combustível (7,0 litros em ciclo misto) e as emissões de CO2 (166 g/km contra 185 g/km no 206) são bastante reduzidas.

Para receber este acréscimo de performances, o 207 foi alvo de algumas alterações no que diz respeito às ligações ao solo e aos travões.

Para além disso, esta versão está equipada de série com um sistema ESP («Electronic Stability Program») de última geração que integra um ABS, um repartidor electrónico de travagem, uma assistência à travagem de emergência, um sistema de anti-patinagem e um controlo de estabilidade que detecta qualquer sinal de subviragem ou de sobreviragem.

Graças à cilindrada reduzida, o 207 GT 1.6 THP conseguiu fugir um pouco ao grande «bicho papão» português, designado vulgarmente por IA (Imposto Automóvel), estando disponível a partir de 25.295 €, menos 665 € do que a mesma versão equipada com o motor 1.6 HDi de 110 cv.